Património

Azenha do Lourenço

“Esta azenha, construída em alvenaria de granito, tem planta rectangular, com 8 m x 4,5 m. Tem quatro vãos: um janelo virado para o rio, a nascente, uma janela a poente, uma porta virada a norte, debaixo de um pequeno alpendre, e outra a sul. Originalmente, a cobertura era com telhado de duas
águas, coberto com telha de canudo.
Aqui funcionava um casal de mós, cuja propulsão era feita através de uma roda copeira, impulsionada pela água da mesma levada que servia o engenho de serração em frente, na margem oposta. Na data do primeiro registo, o seu estado geral era razoável, exceptuando o telhado que já evidenciava degradação, mais por vandalização do que por acção dos agentes naturais.
Esta azenha moía milho e centeio e os seus clientes eram de Mazarefes, Vila Fria, Vila de Punhe, Carvoeiro e Durrães e, em tempos recuados, a recolha e entrega das moendas era feita com um “macho”. Posteriormente, eram os fregueses que traziam o grão e levavam a fornada. A maquia era uma por rasa e todos os dias “faziam uma folha” (registo). A mó e o pé eram picados de 15 em 15 dias.
A pejadoura era accionada manualmente no exterior. Em 1962, num canto da azenha, foi instalado um motor eléctrico, que visava suprir a falta de água no verão.
Estas informações foram recolhidas junto do antigo moleiro Domingos Baptista Maciel, conhecido por Costa e que terá dado nome à azenha, o qual, desde 1950 e durante 10 anos, aqui exerceu profissão de moleiro. No entanto, à data da recolha destes dados, o proprietário era Joaquim Peixoto Faria, de 70 anos.
Na última actualização, esta azenha havia sido reabilitada, sendo o telhado substituído por telha portuguesa moderna, estando as paredes com o granito à vista e juntas tomadas com argamassa de barro e cimento,. As portas eram de ferro, bem como uma janela a poente. O alpendre fora retirado. Estava fechada, com aspecto de abandonada.
Este imóvel localiza-se “em cima” da linha divisória dos limites territoriais de Carvoeiro e Durrães, que separa também os concelhos de Viana do Castelo e Barcelos e os respectivos distritos.”
in “Rio Neiva – Rodas d’água e agro-sistema tradicional”, Rogério Barreto, Raimundo Castro, José Oliveira e Manuel Delfim Pereira (2013)

Outras designações: Azenha do Costa

 

Localização:
Lugar do Esgalho, Carvoeiro; Lugar da Fonte D’Egra, Durrães